A Fundação PLMJ inaugurou no passado dia 24 de Junho, no Espaço Fundação PLMJ, em Lisboa, as exposições "Matxaxulana" e "Marrabenta", dos artistas moçambicanos Ídasse e Pinto. Estas exposições iniciam o ciclo de acções promovidas pela Fundação PLMJ dedicadas a artistas dos países africanos de língua oficial portuguesa.
As exposições integram a programação OFF do Espaço Fundação PLMJ, comissariada por Miguel Amado, e iniciam o ciclo de acções promovidas pela Fundação PLMJ dedicadas a artistas dos países africanos de língua oficial portuguesa. Estas exposições reúnem 25 obras, realizadas entre 2004 e 2010, que traçam uma panorâmica da produção recente dos artistas e, simultaneamente, reflectem as vivências actuais da sociedade moçambicana. Acompanha as exposições um catálogo que inclui uma introdução do comissário, reproduções das obras expostas e notas biográficas dos artistas. As exposições estarão patentes até 25 de Setembro, de quarta-feira a sábado, entre as 15H00 e as 19H00.
Ídasse e Pinto representam duas gerações de artistas moçambicanos, na medida em que o primeiro experienciou a guerra colonial, enquanto o segundo nasceu após a independência de Moçambique. Porém, o seu trabalho constitui as duas faces da mesma moeda: por um lado esperançoso, pleno de utopia; por outro, rendido às vicissitudes de uma vida quotidiana martirizada pelas vãs promessas políticas. Com uma linguagem de pendor lírico e recorrendo a técnicas narrativas como a fábula e a alegoria, os seus desenhos retratam os sonhos e os problemas do Moçambique contemporâneo. Ídasse e Pinto criam, pois, uma singular visão do mundo, enunciando uma realidade culturalmente tão próxima mas, igualmente, já tão distante do imaginário português.